Vejo-me no espelho
estou fragmentado
meu rosto em diversas formas
meus olhos
fragmentados em inúmeras
partes
mas o vazio da
oca íris inunda
Tudo.
Caminho até o jardim
vejo os fragmentos
da poderosa natureza.
A rosa
vermelha dividiu-se em dezenas de partes
só o caule
que
sustenta .
Até quando?
As ruas estão fragmentadas
fragmentos
humanos fabricam as ruas.
Tudo se confunde.
Percorro as ruas
o asfalto é como vidro
vai cortando tudo
sinto a fragmentação da
Maravilhosa dor.
Vejo meus irmãos
fragmentados
nos ônibus
fragmentados
ouvindo as ocas músicas
fragmentadas
com seus aparelhos
celulares, Mp4, iPod, iPad
Tudo
fragmentado.
Esquecerei a realidade fragmentada?
Navego no mar do meu coração
como é dolorido navegar em águas tão profundas
a tempestade do amor
é silenciosa quando o segredo está guardado
a sete chaves e lançado nesse estúpido e amargo peito.
Sinto o vento
fragmentado cortar meu rosto
só agora percebo que até meu
coração
está
fragmentado.
Então minhas mãos tornam-se fragmentos da vida
meu poema é uma estúpida
fragmentação
da realidade, da imaginação, das bocas que leem e dos olhos
que navegam.
Só permanece imóvel a grande
ÍRIS.
Fernando Bernadelli
Um comentário:
Estou sem palavras pela sua arte! Isso é mais que um poema. É a história da nossa humanidade. Enquanto alguns poetas se banham com a metalinguagem, você consegue criar um poema perfeito com sem se distanciar do conflito do eu lírico e da sociedade. Sem falar do conflito que vc sempre traz da realidade x imaginação. Parabéns mais uma vez!!
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