quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Mãos




Entre meus estúpidos dedos
um vazio brota e espalha
nas minhas frágeis mãos.

Mãos que tocam a noite
desperta o sombrio
acorda os loucos
exalta os poetas.

Mãos que escrevem
mãos que torturam
mãos que matam
mãos que inutilmente tentam conter o sangue
mãos da mulher sobre o caixão do filho.

Mãos do poeta
mãos frágeis, repleto de espinhos e doces rosas
mãos que cantam ao mundo
a dor de tantas mãos.

Fernando Bernadelli 

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