Caminho em escadas fúnebres
os meus pés a cada
degrau se putrefica.
Abro
a
porta do mundo dos mortos
a canção paralisa meus
gelados nervos.
E agora?
Conseguirei sobreviver no mundo dos homens?
Minhas mãos não falam.
Como são inúteis
em tempos em que os homens
não se comunicam mais
nem trocam os estúpidos olhares.
Todos.
E a morte
não é uma caveira e tampouco
um fantasma
Mas a alegoria do homem
o ser que está em meu corpo
e os outros seres que me rodeiam.
Fernando Bernadelli
Porque amo escrever, amo inventar, amo criar, amo recriar, amo narrar e amo poetar.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Solo Nutrido
Vejo teu solo nutrido
e o meu gosto pela tua terra
não sei se tens o mesmo gosto
mas não importa é o meu segredo.
Sinto minha mão fria
a trabalhar no seu solo potente
e o fluxo do calor começa a irradiar
dois seres.
Teu solo cai sobre mim
o que sinto é o cheiro da proibição
teus olhos fotografam o medo
mas o amor nas poderosas paredes
se fertiliza a cada instante.
A terra que penetra profundamente
na minha tulipa,
a nutrição ocorre
o poder da vida surge
o poder do amor
tudo explodindo no grande quarto!!
No descanso
o medo de ambos os olhares
as novas e velhas imagens de inquisidores
Irã que mata centenas de solos e tulipas
o mundo se cala feito uma rosa muda.
Tulipa que fechará para sempre
a proibição é maior
muito maior
os olhares dos selvagens acabam até com os sonhos.
A lembrança brotará apenas no meu oco olhar
onde as lágrimas formarão a imagem do solo.
Fernando Bernadelli
e o meu gosto pela tua terra
não sei se tens o mesmo gosto
mas não importa é o meu segredo.
Sinto minha mão fria
a trabalhar no seu solo potente
e o fluxo do calor começa a irradiar
dois seres.
Teu solo cai sobre mim
o que sinto é o cheiro da proibição
teus olhos fotografam o medo
mas o amor nas poderosas paredes
se fertiliza a cada instante.
A terra que penetra profundamente
na minha tulipa,
a nutrição ocorre
o poder da vida surge
o poder do amor
tudo explodindo no grande quarto!!
No descanso
o medo de ambos os olhares
as novas e velhas imagens de inquisidores
Irã que mata centenas de solos e tulipas
o mundo se cala feito uma rosa muda.
Tulipa que fechará para sempre
a proibição é maior
muito maior
os olhares dos selvagens acabam até com os sonhos.
A lembrança brotará apenas no meu oco olhar
onde as lágrimas formarão a imagem do solo.
Fernando Bernadelli
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Sonoridade
Os passos ocos no chão
ecoa pelo saguão
o ruído solitário
em que o som penetra
nas rachaduras das poderosas
e ingratas paredes.
E a respiração do ser
o êxtase pleno e sombrio
em que o tórax emite a angústia
que penetra em todo o saguão.
O homem forte, o homem boi
sai aos passos largos
a procura de uma outra presa,
no banheiro ,
a sonoridade do choro feminino
choro não mais de moça
agora as lágrimas serão da mulher oca
em que os soluços tremem as paredes e destroem os pisos
do saguão.
O vazio explode na imensidão
o vazio do passo, o vazio do banheiro
e depois o grito
que coloca o fim do entardecer
e o começo de um novo tempo
em que as lágrimas se tornam turvas
e a cada gota no piso
a enchente sonora leva vários homens.
Fernando Bernadelli
ecoa pelo saguão
o ruído solitário
em que o som penetra
nas rachaduras das poderosas
e ingratas paredes.
E a respiração do ser
o êxtase pleno e sombrio
em que o tórax emite a angústia
que penetra em todo o saguão.
O homem forte, o homem boi
sai aos passos largos
a procura de uma outra presa,
no banheiro ,
a sonoridade do choro feminino
choro não mais de moça
agora as lágrimas serão da mulher oca
em que os soluços tremem as paredes e destroem os pisos
do saguão.
O vazio explode na imensidão
o vazio do passo, o vazio do banheiro
e depois o grito
que coloca o fim do entardecer
e o começo de um novo tempo
em que as lágrimas se tornam turvas
e a cada gota no piso
a enchente sonora leva vários homens.
Fernando Bernadelli
O canto do ser
Deita a neblina nos meus olhos,
logo cairá o orvalho
e na gota a fragilidade da matéria.
Canto
e
nada.
O vento leva o som
para os vales mais sombrios...
.... e mais distantes...
lá o canto
encontra o puro ritmo,
no lamuriar do solo
que aos poucos se torna pântano
e sobre turvas lamas
escuras rosas que exalam
o canto do ser.
O despertar da noite,
com os corpos sobre o
imenso pântano
cujas vozes são direcionadas
para o céu negro
e os cantos subjugam a lua,
que temerosa curva-se para sempre.
O grito que explode no vale,
entre tantos Meu Deus!! É puramente inútil.
Fernando Bernadelli
logo cairá o orvalho
e na gota a fragilidade da matéria.
Canto
e
nada.
O vento leva o som
para os vales mais sombrios...
.... e mais distantes...
lá o canto
encontra o puro ritmo,
no lamuriar do solo
que aos poucos se torna pântano
e sobre turvas lamas
escuras rosas que exalam
o canto do ser.
O despertar da noite,
com os corpos sobre o
imenso pântano
cujas vozes são direcionadas
para o céu negro
e os cantos subjugam a lua,
que temerosa curva-se para sempre.
O grito que explode no vale,
entre tantos Meu Deus!! É puramente inútil.
Fernando Bernadelli
No tormento do Inverno
As árvores estão paralisadas
as folhas caem
mortas e geladas.
O vento do inverno
sopra...
sopra...
sopra...
os pássaros caem
as asas que antes eram imponentes
o vento as congelou
no tormento do inverno,
um cisne negro com o pescoço
majestoso chora na lagoa
congelada e percebe-se a imagem
retorcida no severo gelo.
O vento frio
sopra...
sopra...
sopra...
e o tormento atravessa a porta
a vida se torna fria
essa poderosa vida
que congela em nossos corações
Fernando Bernadelli
as folhas caem
mortas e geladas.
O vento do inverno
sopra...
sopra...
sopra...
os pássaros caem
as asas que antes eram imponentes
o vento as congelou
no tormento do inverno,
um cisne negro com o pescoço
majestoso chora na lagoa
congelada e percebe-se a imagem
retorcida no severo gelo.
O vento frio
sopra...
sopra...
sopra...
e o tormento atravessa a porta
a vida se torna fria
essa poderosa vida
que congela em nossos corações
Fernando Bernadelli
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