quinta-feira, 7 de abril de 2011

O canto do ser

Deita a neblina nos meus olhos,
   logo cairá o orvalho
          e na gota a fragilidade da matéria.
Canto
     e
        nada.
O vento leva o som
      para os vales mais sombrios...
.... e mais distantes...
           lá o canto
              encontra o puro ritmo,
no lamuriar do solo
             que aos poucos se torna pântano
         e sobre turvas lamas
              escuras rosas que exalam
                   o canto do ser.
O despertar da noite,
           com os corpos sobre o
                   imenso pântano
      cujas vozes são direcionadas
                para o céu negro
e os cantos subjugam a lua,
                         que temerosa curva-se para sempre.
O grito que explode no vale,
entre tantos Meu Deus!! É puramente inútil.

                                                              Fernando Bernadelli

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa esse poema me tocou. Todos poemas são maravilhosos.

Neusa Maria de Azevedo disse...

Fernando!
Ótimo poema. Gostei do efeito gráfico e da sonoridade também. E lógico do sentido.

Convido você a visitar meu blog.
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