quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sonoridade

Os passos ocos no chão
     ecoa pelo saguão
o ruído solitário
      em que o som penetra
              nas rachaduras das poderosas
 e ingratas paredes.
E a respiração do ser
           o êxtase pleno e sombrio
em que o tórax emite a angústia
         que penetra em todo o saguão.
O homem forte, o homem boi
sai  aos passos largos
        a procura de uma outra presa,
                    no banheiro ,
            a sonoridade do choro feminino
choro não mais de moça
       agora as lágrimas serão da mulher oca
     em que os soluços tremem as paredes e destroem os pisos
                      do saguão.
O vazio explode na imensidão
            o vazio do passo, o vazio do banheiro
   e depois o grito
               que coloca o fim do entardecer
 e o começo de um novo tempo
                       em que as lágrimas se tornam turvas
e a cada gota no piso
       a enchente sonora leva vários homens.

                                                                 Fernando Bernadelli

6 comentários:

Marília disse...

Genteee... Adoreii esse lance de "as lágrimas se tornam turvas". Chique demaiss! Parabéns. Poema lindo! Bjooo

Lavin's Tes Blog disse...

Hey man, você tem uma ótima criatividade e inspiração! Continue! Parabéns :)

Brenda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Brenda disse...

Errei no que dizer no comentario anterior! [/auehue]
Adorei o blog, no geral. Parabéns!

Jéofda disse...

Gostei muito do seu blog e desse texto tambem
estou te seguindo para acompanhar tuas postagens..

um abraço e boa sorte com o blog..

http://papiando-adoidado.blogspot.com

eu escrevo tambem, se puder venha ler meus textos..

Fernando Bernadelli dos Santos disse...

Obrigado amantes da literatura! Nesse feriadão irei postar outros poemas!